Como as chuvas e ventos afetam a rede elétrica?

Saiba por que as condições climáticas extremas colocam à prova a infraestrutura elétrica e exigem investimentos constantes em tecnologia e prevenção.

Published on quarta-feira, 3 dezembro 2025

Essas chuvas intensas, com tempestades e rajadas de ventos fortes, são especialmente perigosas para a rede elétrica, exigindo o uso inteligente de recursos e tecnologias de ponta. 

Mas, por que esses eventos extremos são tão danosos para a rede de energia? Neste artigo, você vai aprender tudo sobre a relação entre as tempestades, com suas chuvas intensas, raios e ventos fortes, e a eletricidade das nossas cidades e áreas rurais.

Fique por dentro dos cuidados com a energia em dias de ventania e das demais orientações para prevenir acidentes na rede elétrica!

Porque a energia cai quando chove muito?

Com raios, trovões, ventos fortíssimos e muita água, as tempestades, além de causarem riscos sérios de alagamentos e inundações, também são muito danosas às redes de distribuição de energia elétrica. Entre os principais problemas estão:

1. Queda de árvores: os ventos fortes,o solo encharcado e a falta de manutenção da flora urbana contribuem para a queda de árvores e galhos pesados sobre a rede elétrica, que causam rupturas e deslocamentos nas linhas e postes da rede e resultam na interrupção do fornecimento. Você já deve ter visto um fio partido ou até mesmo um poste caído depois de vendavais. Esses danos impactam diretamente no fornecimento de energia.

O mapeamento das árvores perigosas à rede, bem como a poda ou até mesmo remoção dessas árvores é parte fundamental da prevenção de danos à rede no caso de tempestades. Na Enel, realizamos todas as podas preventivas seguindo os procedimentos técnicos e legais que garantem segurança e respeito ao meio ambiente. Também colaboramos com as Prefeituras no mapeamento da flora urbana e rural. Confira aqui o nosso relatório de podas!

 

Podas preventivas ajudam a mitigar o impacto de tempestades e chuvas intensas na rede

Podas preventivas ajudam a mitigar o impacto de tempestades e chuvas intensas na rede

2. Deslocamentos de ar (ventos fortes): ventos em velocidades acima da média, como os registrados nas tempestades em São Paulo nos anos recentes, podem fazer com que os fios se encostem de maneira indevida, resultando em curto-circuitos e interrompendo o fornecimento. 

Saiba como se prevenir de acidentes e danos a aparelhos em dias de ventania clicando aqui!

3. Descargas atmosféricas (raios):  Raios que atingem linhas de transmissão ou transformadores podem gerar sobrecargas elétricas que interrompem o fornecimento e causam danos permanentes aos equipamentos. 

Além de potencialmente causar explosões perigosas, a queda de um raio na rede pode também danificar equipamentos eletrônicos conectados à tomada.

4. Sujeira, umidade e alagamentos:  A umidade facilita a condução elétrica, principalmente em lugares indevidos. Com a água da chuva se misturando com outros resíduos, como folhas e lixo, podem-se formar camadas condutoras que comprometem o isolamento dos fios e aumentam o risco de curto-circuito. No caso dos fios enterrados em galerias subterrâneas, alagamentos também podem causar desligamentos e obstruir manutenções necessárias.

Alerta amarelo, alerta laranja: o que significam?

No Brasil, o Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet) utiliza diferentes níveis de alerta para manter a população informada sobre a gravidade das condições climáticas previstas.

Alerta amarelo indica perigo potencial, com possibilidade de chuvas entre 20 e 30 mm por hora ou até 50 mm por dia, ventos intensos (de 40 a 60 km/h) e risco de pequenos alagamentos e queda de galhos

  • Orientações: Acompanhe os boletins meteorológicos e siga as orientações da Defesa Civil.
  • Evite atividades ao ar livre, especialmente em áreas descampadas ou próximas a estruturas metálicas.
  • Não se abrigue sob árvores se ainda estiver chovendo ou ventando – há risco de queda e descargas elétricas.
  • Desconecte aparelhos eletrônicos das tomadas em caso de trovoadas.
  • Evite dirigir em locais alagados para não correr risco de vida e comprometer o motor do seu veículo;
  • Mantenha objetos soltos protegidos, como vasos, toldos e lixeiras, para evitar que sejam lançados pelo vento.
     

Alerta laranja representa perigo moderado a alto, com chance de chuvas entre 30 e 60 mm por hora ou 50 a 100 mm por dia, ventos fortes (até 100 km/h) e risco real de danos à rede elétrica, destelhamentos e queda de árvores

  • Orientações: Permaneça em local seguro e evite sair de casa, se possível.
  • Afaste-se de janelas, vidraças e da rede elétrica.
  • Desligue os aparelhos elétricos e o disjuntor principal se houver risco de alagamento.
  • Não toque em cabos ou fios caídos – há risco de choque elétrico fatal.
  • Evite transitar em áreas de risco, como encostas, margens de rios e regiões sujeitas a deslizamentos.

Em situações ainda mais severas, é emitido o alerta vermelho, que representa grande perigo e potencial para desastres significativos, como inundações generalizadas, deslizamentos e interrupções prolongadas no fornecimento de energia.

As medidas do Inmet servem para reduzir acidentes e proteger vidas durante tempestades, além de evitar sobrecargas, interrupções e danos à rede elétrica.

Quantos mm de chuva são considerados muito?

A medição da chuva é feita em milímetros (mm), e cada milímetro corresponde a um litro de água acumulado em um metro quadrado.

Mas só a quantidade em milímetros não é o bastante para saber se choveu muito ou não. É preciso também verificar a taxa de chuva, ou seja, a quantidade de tempo em que choveu.

De forma geral, o Centro Nacional de Monitoramentos e Alertas de Desastres Naturais (Cemaden) classifica as intensidade das chuvas da seguinte maneira:

  • Chuva fraca ou moderada: até 25 mm/h, apresenta baixo risco de interrupção;

  • Chuva forte: entre 25 e 50 mm/h, pode causar alagamentos pontuais e outros incidentes;

  • Chuva muito forte ou extrema: acima de 50 mm/h, já suficiente para provocar alagamentos em áreas urbanas, encharcamento do solo e sobrecarga nos sistemas de drenagem.

Porém, qualquer chuva que apresente risco de inundações, enxurradas e alagamentos são consideradas pela Defesa Civil como chuvas intensas, exigindo atenção e cuidado. Confira aqui as orientações federais para casos de chuvas intensas!

Quantos km/h de vento é considerado muito?

Um dos grandes desafios para a rede elétrica são os ventos intensos, que causam quedas de árvores e outras complicações. Na capital paulista, foram registrados ventos que, chegando a 107 km/h, foram os mais fortes nos últimos anos. 

Confira a classificação baseada na escala de Beaufort, utilizada internacionalmente para classificar a velocidade dos ventos:

  • Vento moderado (20 a 38 km/h): balança árvores pequenas e dificulta o uso de guarda-chuvas;

  • Vento forte (39 a 61 km/h): quebra galhos e pode derrubar placas e outros objetos;

  • Vento muito forte (acima de 75 km/h): já representa risco de destelhamentos, queda de árvores e danos significativos à infraestrutura elétrica.

Durante tempestades severas em São Paulo e no Rio de Janeiro, a velocidade do vento pode frequentemente ultrapassar os 90 km/h, exigindo uma resposta rápida para acionamento do plano de contingência. 

Na Enel, nossas parcerias com órgãos meteorológicos, como o Cemaden e o Climatempo, nos auxiliam na preparação para eventos climáticos extremos, aumentando nossa capacidade de previsão climática.

Energia e resiliência: o desafio das redes elétricas diante das mudanças climáticas

Em um cenário de tempestades e outros eventos climáticos cada vez mais intensos, o investimento em automação, monitoramento remoto e inteligência artificial tem sido essencial para reduzir o tempo de restabelecimento da energia.

Sistemas automatizados permitem identificar falhas e redirecionar o fornecimento de forma quase imediata, diminuindo o impacto aos consumidores. Além disso, o planejamento preventivo, com podas regulares, modernização de cabos e reforço de estruturas, aumenta a resiliência da rede diante das tempestades.

Prevenção, contratação e tecnologia são os três pilares das ações da Enel para uma rede cada vez mais resiliente

Prevenção, contratação e tecnologia são os três pilares das ações da Enel para uma rede cada vez mais resiliente

Não menos importante é ter um efetivo devidamente preparado para os desafios climáticos: com contratação constante e treinamentos especializados, mandamos a campo os melhores e mais bem treinados profissionais eletricistas.

Afinal, manter a energia circulando, mesmo sob ventos fortes e chuvas intensas, é garantir que a vida siga com segurança e normalidade, mesmo nos dias mais desafiadores. 

Leia também: Desligamento programado da Enel: por que é importante e como se preparar

ENEL