O potencial da comunidade

Published on terça-feira, 29 dezembro 2020

“Muito do trabalho que faço é inspirado na energia dela.”

– Gilson

Sua história com a "titia Vitória", como ele a chama carinhosamente, exemplifica bem como é importante ter com quem contar. E Gilson levou esse aprendizado adiante. Assim que conseguiu voltar para São Paulo, decidiu que ia se empenhar na escola e "ser alguém". Juntou alguns amigos e fundou um grêmio. O que, de acordo com ele, é o início da sua história como futuro “prefeito de Paraisópolis”. O sucesso dos projetos levou o grupo de jovens mais longe do que eles poderiam imaginar. Eles descobriram a vida fora de Paraisópolis e seus obstáculos.

“Até então, a gente não tinha uma vivência externa, mas quando começamos a sair, participar de eventos, congressos, a gente começou a ter que falar de onde a gente era. Ou elas achavam estranho ou nos marginalizavam. Éramos sempre suspeitos em potencial.”

– Gilson

Nesse ponto, Gilson não ligava mais em mostrar que poderia "ser alguém", seu objetivo era o bem coletivo. Ele não queria mais sofrer somente por ser de Paraisópolis e nem queria ver as futuras gerações passando por isso também. "A nova Paraisópolis", um programa de urbanização da comunidade, nasceu com esse intuito.

Entretanto, ninguém vai longe sozinho, e, por mais que Gilson e seus amigos formassem um grupo forte e mobilizado, isso não era suficiente para alcançar o que desejavam. Assim como a tia Vitória foi o impulso que faltava, ele precisava de um apoio que impulsionasse o desenvolvimento da comunidade.

Não foi um caminho fácil, os parceiros foram aparecendo aos poucos e hoje formam uma rede de apoio com a qual Gilson pode contar, da qual a Enel faz parte e tem muito orgulho. Por meio desta parceria, foi estabelecido um novo modelo de eletrificação, regulamentação e eficiência energética, com um plano de investimento de R$ 150 milhões na rede elétrica de Paraisópolis. Contudo, esse ano mostrou que era necessário ir além.

Em parceria com Enel X e a Riba, empresa de mobilidade elétrica, a Enel contribuiu com o Bistrô Mãos de Maria, uma iniciativa de Paraisópolis, responsável por produzir e distribuir marmitas para os moradores da comunidade. Todo alimento doado foi utilizado para a produção das "quentinhas", que depois foram entregues com nossas scooters elétricas. Além das quatro scooters elétricas, usadas na distribuição, a Enel doou cerca de 11 toneladas de alimentos orgânicos por meio do projeto Hortas em Rede. 

“As bikes ficaram aqui para atender aos presidentes de rua, para ações específicas, para fazer distribuição de algumas marmitas e também para fazer a busca de doações do programa 'Ajude seu vizinho', que são doações vindas dos condomínios. Eu acho chique demais! Paraisópolis já é um pouco metida e ela acaba, durante esse período, inovando com uma série de soluções que antes eram impossíveis para quem era da favela.”

– Gilson

Para Gilson, o segredo está em todos entenderem a comunidade. "Não adianta estar em Paraisópolis, tem que ser de Paraisópolis. Ver, viver e entender o contexto". Para ele é como uma via de mão dupla. Se você ajudar, vai receber em troca uma comunidade mais organizada, mobilizada e pronta para retribuir. Paraisópolis é um espaço em potencial para iniciativas inovadoras e sustentáveis, do jeito que Gilson sempre sonhou. 

“A favela tem muita oportunidade, muita gente boa querendo empreender, estudar. A gente tem provado que das favelas têm saído grandes soluções. Exemplos como esse é que podem gerar bons resultados. A construção de um mundo melhor, inspirando as pessoas a fazerem o mesmo.”

– Gilson

ENEL