Vida nova para a água: bioágua

Published on sexta-feira, 26 julho 2019

O sistema de bioágua é bastante higiênico e sustentável, pois não há contato humano com a água e a irrigação é por gotejamento – uma técnica que também evita o desperdício, já que a água cai diretamente na terra e não tem contato com as folhas. “Com as mangueiras ficou bom demais. Elas pingam de tempos em tempos e deixam tudo verdinho”, descreve Seu Antonio.

Sempre com um sorriso no rosto e uma história pra contar, o apaixonado por plantas é do tipo caprichoso. Mesmo com o jardim cheio de hortaliças, frutas e flores, afirma categoricamente que ainda não está bom: “hoje não está ainda tudo tomado, mas eu vou ajeitar, fazer tudo. Eu fiquei alegre que a senhora ali falou que está bonito”. Outro ponto que em apenas alguns minutos de conversa já se percebe em Seu Antonio é a generosidade: “Eu tenho o prazer de doar. Uns chegam aqui e falam que querem comprar um pouco de coentro e eu digo que não. O que tem a gente pega e dá. É o que eu acho mais importante”.

Uma mudança de ideia valiosa

“Depois do projeto, eu comecei a plantar mais, comecei a ter mais amor às coisas. Por causa do incentivo, eu criei mais força, criei aquela coragem de lutar”. Dona Izenaide Bispo não imaginava que estaria falando isso quando o Projeto Bioágua Familiar bateu em sua casa, alguns meses atrás. Na época, ela já cultivava algumas poucas mudinhas de planta em seu quintal, mas foi a primeira a dizer que não queria receber o projeto. Porém, com o passar do tempo e o relacionamento com a equipe envolvida, Dona Izenaide mudou de ideia e hoje se orgulha das novidades que vieram. “As pessoas que não quiseram esse projeto não sabem o que perderam. Para mim, está sendo muito bom, muito legal. Estou aprendendo bastante coisa. A equipe do projeto ensina as pessoas direitinho, tem paciência, traz coisas novas para a gente”.

Além do novo sistema de irrigação por meio do reaproveitamento da água em sua casa, Dona Izenaide também aprendeu coisas novas por meio das oficinas de plantio e nutrição do Enel Compartilha Infraestrutura – Bioágua Familiar. As oficinas são importantes porque grande parte das famílias que receberam o projeto está em situação de extrema pobreza e não tem renda suficiente para comprar alimentos saudáveis. A ideia, então, é ampliar o repertório de alimentos dos beneficiados para que consigam, além de se nutrir melhor, ter mais interesse pela plantação de novas variedades de alimento. “O grão de bico era uma coisa que eu não conhecia e hoje eu tenho no meu quintal. Eles trouxeram, eu comi, gostei, agora posso apresentar para outras pessoas. Já sei colher, já sei comer. Isso que é bom”, celebra Dona Izenaide.

Além dessas novas variedades, a lavradora também exala criatividade nos seus jarros para plantar: garrafas, sapatos antigos, juta e até calças jeans viram vasos para enfeitar o seu jardim. Além de uma gratidão ao que a terra lhe oferece, seu trabalho agora também é motivo de geração de renda para ela e sua família: “Eu faço esses jarros, pesquiso, planto e às vezes eu até vendo. Às vezes eu faço três canteiros de coentro. Eu não vou consumir ele todo. Aí eu levo para a feira, vendo um coentrinho, uma cebola, uma vagem, alguma abóbora. Deu uma renda para mim. É pouco, é verdade, mas dá para completar alguma coisa que está faltando”.

Dona Izenaide abre um sorriso quando fala da bioágua que recebeu em sua casa, e não deixa de agradecer o presente e pensar no futuro: “Além da Enel estar fazendo o trabalho deles com as eólicas aqui na região, eles incentivam as pessoas da comunidade e dão novas oportunidades. No futuro, quero ver meu quintal ainda maior”.

ENEL