A energia é uma importante facilitadora para o progresso e o crescimento. Na verdade, um futuro sustentável com bem-estar generalizado depende de energia limpa e acessível para todos. E a mais poderosa solução para nos ajudar a alcançar tal futuro é a eletricidade.
"Garantindo um futuro mais limpo: o poder da eletricidade". Esse foi o tema da edição do #EnelFocusOn que aconteceu em Nova Iorque no dia 24 de setembro, durante a mesma semana em que os líderes mundiais se reuniram nas Nações Unidas para discutir as ações para combater as mudanças climáticas e construir uma sociedade mais justa. A 17a edição do ciclo global de discussões abertas, criado em Roma há três anos e até o momento seguida em streamings ao vivo por um total de 14 milhões de pessoas, envolveu especialistas e influenciadores de dez países, nosso presidente executivo Francesco Starace e uma excepcional oradora principal, presidente executiva e Representante Especial do Secretário-Geral das Nações Unidas para Energia Sustentável Para Todos.
Tecnologia, aliada do planeta
A eletricidade é um produto que é "diferente dos outros, difícil de descrever, também porque não pode ser vista ou tocada." Foi assim que Starace descreveu esta forma de energia em seu discurso de abertura. Apesar destas características, a eletricidade possui um potencial quase ilimitado, que é poderoso o suficiente para nos ajudar a emergir vitoriosos ante os desafios históricos que são o aquecimento global e a desigualdade.
"A demanda por energia ao redor do mundo está em constante crescimento, e a demanda por eletricidade está crescendo duas vezes mais rápido," explicou nosso presidente executivo. "As razões são variadas; em primeiro lugar, a tecnologia está tornando a eletricidade cada vez mais barata, estável e confiável, liberada das flutuações de preço dos combustíveis fósseis.
De fato, a transição energética está sendo direcionada pelo desenvolvimento exponencial de novas tecnologias, em particular no campo de renováveis, onde o progresso na ciência de materiais tornou possível alcançar reduções nos custos de geração inimagináveis alguns anos atrás. Para citar apenas dois exemplos, desde 2010 o Custo Nivelado de Energia (LCOE, na sigla em inglês) produzido por energia solar fotovoltaica caiu 85%, e da energia eólica "terrestre", 49% (fonte: relatório BNEF New Energy Outlook 2019). Em outras palavras, estamos chegando mais perto do cenário sonhado por Thomas Edison, em que um dia a eletricidade seria "tão barata que apenas os ricos podem ter o luxo de acender velas."
Mas não é somente uma questão de redução de custos, disse Starace. "Graças ao avanço da digitalização, a eletricidade é cada vez mais versátil e precisa em seus usos finais, diferentemente da energia de combustíveis fósseis, e isso aumenta consideravelmente a sua confiabilidade. Além disso, o vetor de eletricidade nos permite usar os recursos disponíveis de maneira mais eficiente. Na verdade, do ponto de vista energético a tecnologia elétrica é tipicamente mais eficiente do que soluções tradicionais, por exemplo, no caso da mobilidade elétrica comparada a veículos convencionais. Resumindo, os benefícios são enormes e, com renováveis, podemos descarbonizar a eletricidade e, consequentemente, vários outros setores da economia. Este é um exemplo perfeito da tecnologia sendo aliada do clima."
Eletricidade para todos: uma questão de justiça
O próprio conceito de eletricidade está mudando radicalmente. Não é mais algo indescritível, mas uma força imensamente poderosa e versátil com um propósito preciso: permitir que redesenhemos nosso futuro. E isso também se refere à justiça social, porque como Francesco La Camera, diretor geral da IRENA (Agência Internacional de Energia Renovável na sigla em inglês), apontou durante o debate, a transição energética "é acima de tudo uma questão de justiça".
Também para Rachel Kyte, o desafio real que nos aguarda é "conseguir ter energia limpa para preservar o ambiente, mas também a um custo que todos consigam pagar." A Enviada Especial da ONU descreveu sua convicção de que "a eletricidade representa uma grande parte da solução".
"As renováveis," enfatizou Kyte em seu discurso, "podem ser produzidas e distribuídas de forma descentralizada; isso permitir que levemos energia para o bilhão de pessoas que ainda não tem acesso a ela. O conceito antigo de sistema de eletricidade, que dependia de grandes usinas de geração, nunca conseguiu chegar nessas pessoas. A única maneira de fazer isso é produzir energia diretamente onde ela é necessária, e as renováveis tornam isso possível a um custo contido."
Nesses casos, Kyte afirmou, o poder combinado da eletricidade e tecnologia, apenas com um investimento limitado, pode fazer uma diferença gigantesca na vida das pessoas. "Se pudermos desenvolver uma máquina de raio-X que consome muito menos eletricidade do que os modelos atuais, seremos capazes de instalá-la em qualquer hospital, por mais remoto que seja, e operá-la mesmo com uma fonte de energia renovável relativamente limitada. Se conseguirmos projetar sistemas mais eficientes de ar-condicionado a custos baixos, mais pessoas poderão custeá-los e, em um mundo que está se tornando mais quente e cada dia, as pessoas poderão guardar alimentos, remédios e vacinas com mais facilidade, além de ter uma qualidade de vida melhor."
"Resumindo," continuou Kyte, "se conseguirmos criar um sistema de energia descentralizado, descarbonizado e digitalizado, teremos um cenário energético verdadeiramente democrático, a possibilidade de produzi-la de forma autônoma e levá-la para onde for necessário. Ninguém ficaria para trás. O sonho é alcançável, e pode ser realizado através da eletricidade."
Coragem e visão para imaginar o futuro
"Em teoria, nada pode nos impedir," ecoou Starace. "A pergunta clássica é: existe dinheiro suficiente para financiar a transição energética? A resposta claramente é sim: a comunidade financeira não apenas quer mas precisa investir neste setor. Os benefícios resultantes para a indústria, a comunidade e o mercado de trabalho, além das vantagens para o ambiente, serão significativos e precisam ser compartilhados de maneira justa por toda a sociedade. Esta é a mensagem que precisamos mandar hoje para superar o único obstáculo restante."
A questão da necessidade de uma transição justa também estava no cerne do relatório “Just E-volution 2030” (E-volução Justa 2030), apresentado no Fórum The European House–Ambrosetti em Cernobbio, que descreveu como a transição energética, na melhor das hipóteses, pode trazer enormes benefícios para a Europa na próxima década. O relatório previu um efeito líquido no valor da produção de +145 bilhões de euros em 2030 além de 1,4 bilhão de novos empregos.
Para Starace, "claramente há alguns setores que irão sofrer alguns efeitos negativos como resultado da transição energética: nossa tarefa é trabalhar em conjunto para identificar maneiras em que todos – sem excluir ninguém – possam se beneficiar da transição."
Para Rachel Kyte, "para alcançar este objetivo, a tecnologia não é o suficiente, o que é essencial é a vontade política para descartar as regras antigas. É necessário combater a inércia do sistema tradicional, que vê seus próprios interesses e empregos em risco e por isso resiste à mudança, e precisamos enfrentar com êxito a tendência de ignorar os problemas mais urgentes associados ao aquecimento global. Seria muito mais fácil mudar as coisas se os governos se comprometessem a buscar o futuro brilhante da eletricidade, se os líderes tivessem mais coragem e mais visão. E se houvesse mais organizações como a Enel que claramente demonstrou sua visão e coragem, e que é uma das poucas empresas que realmente consegue nos permitir imaginar como o futuro poderia ser."