Maricultura Sustentável: boas-novas no mar de Búzios

Publicado em quarta-feira, 18 de janeiro de 2017

“O pescador artesanal insiste hoje na atividade por amor ao mar e à profissão. Mas nós conseguimos cada vez menos peixes e acabamos tendo que pensar em alternativas para não precisar largar de vez a atividade. Mas a verdade é que muitos já desistiram”

– Manoel dos Santos, Pescador

De uns tempos para cá, porém, a maré começou a subir para os pescadores com a criação das Fazendas Marinhas na região. Cada vez mais populares por servir de alternativa ao extrativismo, elas auxiliam os maricultores a trabalhar de maneira mais sustentável. Nessas estruturas montadas dentro do mar, são cultivados mexilhões, vieiras e ostras. Após jogar aquilo que são chamadas de sementes – os pequenos mariscos são cultivados por meses em ambiente controlado. Só depois de crescidos, são colhidos e vendidos ali mesmo, para visitantes, moradores e comerciantes de Búzios.

Criado em 2010, o projeto Fazenda Marinha, da Associação dos Trabalhadores da Aquicultura, encontrava-se em dificuldades estruturais. Acreditava-se que, por meio da compra de equipamentos e da implantação de uma rotina de visitação, pudessem ser gerados novos postos de trabalho, o que melhoraria a qualidade de vida das pessoas envolvidas no cultivo.

“Uma das nossas principais dificuldades estava relacionada com o deslocamento diário até a fazenda, que fica a 1,5 quilômetro, a partir do interior do canal da Marina da Rasa. A gente fazia esse trajeto remando com caiaques e pranchas, o que causava muito esforço e representava risco em dias de ventos e ondas fortes. Por isso, a aquisição de um motor de popa com potência de 15 HP era fundamental para o desenvolvimento do cultivo”, diz o pescador, que lidera o movimento de cultivo.

Outra grande dificuldade dos maricultores era a falta de estruturas e equipamentos que pudessem facilitar o manejo e o trabalho diário do cultivo. E até mesmo verba para compra das sementes.

 

“Os pescadores fazem parte da história de Búzios e têm um papel importantíssimo no desenvolvimento econômico local. O Manoel e tantos outros pescadores de Búzios são empreendedores por natureza. Por meio da Rede Sustentável de Relacionamento da Cidade Inteligente de Búzios tivemos conhecimento do projeto e ficamos impressionados com essa vontade de inovar e de manter a cultura da pesca, mesmo em momentos de tantas dificuldades. São justamente dois fatores que destacam os melhores empreendedores: criatividade e perseverança”, diz Odailton Arruda, responsável pela área de Captação e Novas Oportunidades da Enel Brasil.

Com apoio da Enel, a Fazenda Marinha de Búzios captou a verba para os investimentos necessários. O projeto foi qualificado a participar de uma plataforma de crowdfunding – forma de financiamento coletivo feito pela internet. A cada real investido por um apoiador, os projetos ganharam mais um real da Enel. Com isso, foi possível duplicar o valor arrecadado, fazendo com que os pescadores pudessem gerir o negócio de forma mais efetiva e segura. 

Ao longo da campanha, três projetos (entre eles a Fazenda Marinha) alcançaram a meta mínima e juntos conseguiram arrecadar aproximadamente R$32.000,00 em projetos com o foco na geração de renda e desenvolvimento local.

 

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