Típica da Caatinga, espécie estava funcionalmente extinta na região antes do projeto de soltura de novas aves financiado pela empresa
Seis aves acabam de ser reintroduzidas na natureza, três delas resgatadas vítimas do tráfico de animais silvestres; ao todo, 12 aves já foram devolvidas ao seu habitat natural
Através da Enel Green Power Brasil , nossa subsidiária brasileira de energia renovável, promovemos a soltura de seis aves da espécie arara-azul-de-lear na Região do Parque Nacional Boqueirão da Onça, no município de Campo Formoso, Norte da Bahia, onde construímos e operamos um parque eólico. A iniciativa integra um projeto que apoiamos desde 2016 com o objetivo de monitorar esta espécie de arara, funcionalmente extinta na região como consequência da caça e captura ilegal. Em 2019, outras seis aves também tinham sido reintroduzidas em seu habitat natural por meio do mesmo projeto.
Das seis novas aves que puderam voltar à natureza após quatro meses de ambientação num viveiro, duas nasceram e viviam na fundação Loro Parque, em Tenerife, na Espanha, e foram doadas em uma parceria do projeto com a instituição. Quatro araras são selvagens e foram resgatadas e salvas pelo Programa de Resgate da arara-azul-de-lear e pela Fazenda Cachoeira (respaldados pelo ICMBio) – uma delas tinha se acidentado na natureza e três foram resgatadas vítimas do tráfico de animais silvestres, que ainda ameaça a espécie.
As outras seis araras, que já estão no meio ambiente desde janeiro de 2019, vêm sendo monitoradas por GPS por biólogos e pela equipe de Meio Ambiente, Arqueologia e Biodiversidade e estão adaptadas à natureza. O rastreamento por GPS permite o acompanhamento da movimentação, dispersão, locais preferidos para alimentação e uso do habitat natural dos animais, possibilitando um maior entendimento sobre os hábitos da espécie e principais locais que devem ser protegidos. Os dados apurados até agora confirmam o que os especialistas esperavam inicialmente e apontam que as araras soltas pelo projeto estão interagindo com os dois indivíduos selvagens que já viviam na região, alcançando distâncias entre 10 a 15km do viveiro de onde elas foram soltas.
“A soltura monitorada beneficia diretamente a sobrevivência desta espécie, que é tão importante para a biodiversidade brasileira. Como são animais sociais, as araras se beneficiam muito quando estão em grandes grupos. Dar continuidade ao processo de soltura de novos exemplares aumenta a interação entre elas na natureza e o processo de adaptação das novas araras”, explica Valeria Ladeira, Coordenadora de Meio Ambiente da Enel Green Power Brasil.
A arara-azul-de-lear é um dos tesouros da Caatinga do nordeste baiano. Típica da região, ela é também uma das espécies que se encontram à beira da extinção. Somente no Brasil, existem 1.260 aves desse tipo, sendo que na região do Boqueirão da Onça havia o registro de apenas dois exemplares. Segundo os biólogos à frente do projeto, por serem do mesmo sexo ou por estarem em idade avançada, os animais não se reproduziam, o que tornava a arara-azul-de-lear funcionalmente extinta na região. A expectativa é que, com a introdução das aves ao meio ambiente, em dois anos a reprodução comece a acontecer, dando início ao repovoamento da espécie.
O programa de conservação de espécies animais está em linha com a nossa política de biodiversidade, que tem como objetivo criar medidas de proteção ao meio ambiente. Além disso, a EGP contribui com a convenção da ONU sobre diversidade biológica, um dos mais importantes instrumentos internacionais relacionados ao tema.